No início da primavera, já começamos a sentir temperaturas mais altas em todo o Brasil. Se ventiladores e ares-condicionados são grandes amigos nessa época do ano, há fatores estruturais que influenciam diretamente na sensação térmica dentro de um ambiente fechado.
Seja em calor ou frio excessivos, é essencial que casas e prédios tenham estruturas que promovam um eficiente isolamento térmico.
Mas antes de conhecer essas medidas, vamos conhecer melhor esse conceito.
O que é isolamento térmico?
Isolamento térmico é a propriedade relativa a um material para dissipar o calor. Essa capacidade é definida pela resistência térmica, no caso, alta para o melhor isolamento de uma determinada estrutura.
Como a tendência natural é que dois meios transfiram calor para igualar suas temperaturas, os materiais isolantes são concebidos para dificultar esse processo. O material perfeito para o isolamento é o vácuo, mas com a dificuldade de sua aplicação, tem pouco uso de larga escala.
O ar também é uma boa opção, com seus baixos coeficientes de absorção de radiação e de condutividade térmica. Contudo, o ar é sofre o fenômeno de convecção, que diminui seu potencial como isolante. Ademais, é necessário que o ar esteja seco para ter melhor desempenho.
As soluções mais comuns são materiais porosos ou fibrosos, que tem capacidade de imobilizar o ar, evitando o aumento de sua umidade. Entre os materiais sólidos mais usados, citamos as lãs de poliéster e de rocha, fibra de vidro e o poliestireno expandido (EPS), o popular isopor.
A situação ideal evita a perda de calor no frio e impede um efeito de estufa interno no verão. Para garantir um ambiente saudável que ofereça conforto para os habitantes, existe uma série de soluções estruturais que devem ser previstas ainda na fase de projeto para que o local tenha um bom desempenho térmico.
Tomando as medidas mais recomendadas pela engenharia civil e arquitetura, além de um ambiente confortável, pode-se economizar gastos com climatização, tornando o edifício mais sustentável.
Conheça algumas das técnicas mais eficazes para otimizar o isolamento térmico de um projeto.
Telhas
No topo da edificação, as telhas cumprem função essencial, já que são a principal barreira de incidência da energia e luz solar.
Os modelos mais encontrados são de cerâmica, que contam com desempenho interessante de condutividade térmica, na casa de 0,4 a 0,8 W/m.K (de watt por metro por kelvin, unidade de medida para essa propriedade).
As telhas de fibrocimento, outra opção comum no mercado, têm performance similar, na faixa de 0,3 e 0,4 W/m.K. As telhas de aço são menos recomendadas para controle de temperatura, já que apresentam condutividade térmica na casa de 52 W/m.K.
Ainda assim, as telhas não são as únicas estruturas indicadas para o topo do edifício. Lajes, revestimentos, mantas e outras soluções devem ser usadas em conjunto para proporcionar um ambiente confortável, como veremos a seguir.
Lajes e Pisos
Se as telhas são comumente consideradas as principais barreiras térmicas de uma construção, as lajes desempenham um papel ainda mais vital. A estrutura, geralmente de concreto, pode contar com uma série de camadas de materiais isolantes térmicos, como mantas e revestimentos, além da própria capacidade do material base dissipar a troca de calor.
A impermeabilização das lajes é essencial para impedir o aumento ou queda da umidade. É importante impedir infiltrações, mas a água é um regulador térmico vital, que impede grandes variações de temperatura durante o dia.
Por ser uma estrutura plana – ao contrário do telhado – as lajes permitem a aplicação de uma série de soluções que otimizam o aproveitamento do espaço, como uso do terraço e a instalação de jardins e gramados. Os materiais necessários para proteção da estrutura no uso dessas soluções impactam não só no isolamento térmico, mas também contribuem para o desempenho acústico da edificação.
Tetos
Um comportamento básico de termodinâmica é que o ar quente sobe e o frio desce. Soma-se a isso a maior incidência solar nos pisos superiores e temos uma necessidade de cuidado especial com as estruturas que receberão diretamente a “entrada” de calor.
Seja um sótão ou um último andar comum, esse ambiente deve receber uma atenção especial em relação ao isolamento térmico, já que a tendência natural é que o ar de maior temperatura sempre se desloque à região superior.
O estado da telha é de grande importância, já que eventuais falhas podem gerar infiltrações que danifiquem algum material isolante, de extrema importância para o desempenho térmico.
Pelo lado de dentro, é importante cobrir a superfície do telhado com lã de rocha, placas de cortiça ou EPS. Quão mais espessa for essa superfície, maior a capacidade de isolamento térmico. Contudo, o maior peso pode necessitar um maior reforço ao apoio do telhado.
Tetos falsos também contribuem com a eficiência no controle de temperatura.
Mantas térmicas
Uma das soluções mais tradicionais para promover um isolamento térmico eficiente ocorre por meio das mantas térmicas. Esses materiais, geralmente produzidos de lã mineral de rocha ou vidro, são aplicados entre as camadas estruturais de cada pavimento.
As mantas são soluções geralmente de baixo custo com bom desempenho, instalados entre a laje e o revestimento do piso, como mostrado na imagem abaixo.
Existem mantas utilizadas em telhados ou coberturas compostas de camadas de alumínio de alta refletividade e baixos índices de radiação térmica. Esse material, além de não absorver a luz, evita a transferência de calor, podendo reduzir a temperatura interior em até 5 °C. Da mesma forma, a camada impede que o ambiente interno perca calor no inverno.
Paredes
As paredes também têm atuação importante no isolamento, principalmente as que representam o contorno direto do projeto com o exterior. Estruturas finas e sem revestimento apropriado comprometem o conforto dos habitantes, sendo mais expostos ao calor ou frio.
Para as paredes, há uma série de elementos que contribuem para esse desempenho. Texturas de materiais grossos no exterior da construção ou a base feita em tijolos de barro, por exemplo, ajudam no isolamento. Por dentro, papéis de parede mais grossos e tecidos podem filtrar o calor, somando-se ao trabalho das mantas e revestimentos.
A escolha de cores na decoração também é um fator chave, já que tons escuros, como marrons e vermelhos refletem menos luz, reduzindo a troca de energia calorífica.
Jardins verticais ou horizontais
Soluções sustentáveis são sempre bem-vindas e, falando sobre conforto térmico, a pauta verde não poderia ficar de fora.
A presença de vegetação ajuda a umidificação do ar, evitando trocas de calor dos ambientes. Ou seja, no verão brasileiro, as plantas cumprem um importante papel de regulação da temperatura.
E o melhor, essas soluções podem ser exploradas em diferentes tipos de estéticas arquitetônicas. Assim, vemos desde paredes verdes, os chamados jardins verticais, ou telhados verdes, que podem ser implantados tanto em estruturas totalmente planas ou levemente inclinadas.
Esse tipo de solução também gera outros benefícios diretos, como a otimização do desempenho acústico da construção e o melhor aproveitamento do espaço, tornando-se parte do projeto paisagístico da obra.
Para que a ideia não gere problemas, é importante a instalação de produtos de hidrofugação para impedir infiltrações em virtude da água necessária para a manutenção das plantas.
Fonte: atex.com.br/blog
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