De acordo com a NBR 15.575, norma que estabelece os requisitos e critérios mínimos de desempenho das edificações, o prazo mínimo de vida útil de projeto de um imóvel é de 50 anos, porém é muito normal encontrar, em nossa rotina, edificações com problemas estruturais muito antes disso. Geralmente este problema está associado à carência de boas técnicas durante a execução da obra, aliados à falta de manutenção e acompanhamento periódico dos sistemas construtivos por profissionais especializados.
Duas causas que podem levar ao envelhecimento e deterioração das estruturas de concreto: causas intrínsecas (inerentes a estruturas, como falhas na execução, falhas no projeto, etc) e causas extrínsecas (externas ao corpo estrutural, como ações climáticas, desgaste pelo uso, danos ou reformas inadequadas ...). Independente da causa pode ter origem mecânica, física, química ou eletrolítica.
Uma das principais causas de deterioração do concreto no Brasil é a corrosão de armaduras. Neste processo, o aço passa a ocupar um volume maior que ocupava originalmente, ocasionando tensões de tração que levam a formação de fissuras e desplacamento do concreto subsequente. De acordo com especialistas é muito comum que a corrosão das edificações comece nas bases dos pilares, pois é o local mais exposto à água e agentes químicos durante a lavagem do piso das garagens. Outro local comumente deteriorado é nas juntas de dilatação, por conta das infiltrações normalmente encontradas nessas regiões.
Em vigas e fundo de lajes, a principal causa é a falta de recobrimento adequado, sendo muito comum as barras de ferro e malha encostarem ao fundo da forma.
O processo de degradação dos pilares das edificações é um fator bastante preocupante por se tratar do elemento estrutural de suporte de um conjunto de lajes e vigas e o seu abalo pode levar ao colapso de toda a estrutura.
A recuperação da estrutura de concreto tem como objetivo recuperar a estrutura em áreas que apresentem manifestações patológicas com a finalidade de restabelecer as condições normais de uso, prolongar a vida útil da estrutura e garantir a segurança de todos os envolvidos.
O processo de recuperação de estruturas é composto de 4 principais etapas:
1ª - Diagnosticar o problema:
A primeira etapa para correção é a identificação do problema. Nessa etapa são analisados alguns sintomas característicos, como: aparecimento de trincas e fissuras, deformação na estrutura, manchas e degradação da superfície de concreto, descolamento do revestimento, exposição e, em casos mais avançados, corrosão da armadura de aço.
A identificação do sintoma deve ser seguida de um estudo mais detalhado da causa inicial desse problema. Como falado anteriormente, a maior causa de deterioração do concreto acontece pela corrosão da armadura, mas essa não é a única causa. Veja abaixo quais são as outras possíveis causas:
· Choques, impactos, recalque diferencial das fundações: nesses casos normalmente são observadas fissuras, lascamento de concreto e perda de armadura;
· Desgaste superficial, cristalização de sais nos poros do concreto, retração hidráulica, gradiente térmico ou fogo: são observados desgastes superficiais, fissuras e desagregação de concreto;
· Ataques por ácidos, água pura, carbonatação ou ataque de cloretos: é verificada uma extensa fissura no concreto e decomposição química;
· Concretos com baixa resistência e grande porosidade.
Para completar o diagnóstico é essencial uma investigação dos dados da construção, com o levantamento de informações de idade da edificação, quais fatores ambientais a influenciam, se há agentes com potencial de agressão à estrutura, se existe histórico de reformas ou construções vizinhas, etc.
2ª - Definir as técnicas de reparo e reforço:
Depois de identificada o problema deve-se definir qual a técnica usada para corrigi-lo. Para cada problema é definido uma solução. Por exemplo, se o problema inicial for o aparecimento de trincas a solução pode vir com a injeção de resinas epoxídicas. Se o problema for uma necessidade maior de resistência na estrutura pode ser indicado o reforço estrutural com fibras de carbono. Enfim... para cada problema deve ser direcionado uma solução específica.
Neste momento é importante levar em conta se a edificação estará em uso durante as obras, com o objetivo de diminuir o impacto no dia a dia dos usuários.
3ª - Preparar a área para recuperação:
Antes de iniciar o trabalho de recuperação estrutural do concreto propriamente dito é importante avaliar o grau de comprometimento das estruturas próximas à patologia observada. Para isso verificar as superfícies adjacentes com um martelo, com o objetivo de detectar aéreas não aderidas ou deterioradas.
É muito importante observar se a recuperação está ou não sendo feita em uma viga ou pilar. Caso esteja é recomendado isolar o local e posicionar escoras para garantir a sustentação e segurança da região.
4ª - Aplicar a técnica de recuperação propriamente dita:
A técnica de recuperação é diferente de acordo com o problema inicial, com o grau de comprometimento da estrutura e o local da patologia. É importante que esta etapa seja feita por um profissional qualificado a fim de evitar danos maiores ou retrabalhos posteriores.
Pronto! Após todas estas etapas a estrutura em questão volta às condições normais de segurança.
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